Nesta postagem pretendo contar a vocês um pouco sobre um documentário produzido pela BBC, contendo dois episódios focados em dinossauros famosos e como funcionavam suas armas de caça e defesa. Os animais focados no primeiro episódio são o Tyrannosaurus rex e o Triceratops, dois clássicos dinossauros que provavelmente se enfrentaram no Cretáceo. No segundo episódio os astros são o Velociraptor e o "Ankylosaurus", com direito a participações de outros dinossauros. Acesse o restante da postagem e divirta-se conhecendo o documentário.
A primeira coisa que devo ressaltar é que o título original deste documentário não tem quase nada a ver com os títulos traduzidos para o português nas versões exibidas no Brasil. O título original é "The Truth about the Killer Dinosaurs", que em uma tradução literal seria "A Verdade sobre os Dinossauros Assassinos". Em alguns canais de TV no Brasil este documentário foi exibido com o título A Batalha dos Dinossauros. Este programa foi lançado no Brasil em DVD, uma versão legendada com os dois episódios em um disco, sendo que cada um dura 47 minutos. Foi a Editora Abril que lançou o DVD, como um produto da marca Mundo Estranho, uma das revistas da editora.
O documentário em DVD tem outro título, Dinos Assassinos e originalmente custava R$29,90, mas hoje, fora de produção é difícil encontrá-lo à venda, a não ser em sites de leilão virtual, que foi onde comprei meu exemplar pela metade do preço original, o que foi um golpe de sorte.
O documentário é na realidade uma co-produção entre BBC, Discovery Channel e ZDF e contou com a participação de diversos paleontólogos como consultores e especialistas em efeitos especiais que fariam réplicas das armas dos dinos para testes. Então vamos aos resumos de cada um dos episódios, com um pouco de minha opinião sobre determinado aspecto imbutido no meio do texto.
Episódio 1: T.rex versus Triceratops
Neste episódio acompanhamos os cientistas a uma busca pela verdade sobre o que ocorria em uma luta entre T. rex e Triceratops. A luta poderia ocorrer, ambos viveram no mesmo tempo e local e um era presa, outro o predador e o tamanho deles era titânico.
Para testar se um T.rex teria força na mordida os especialistas em efeitos especiais fabricam uma réplica do crânio do Tiranossauro em aço maciço que servirá para morder determinados itens e mostrar os resultados na prática. Enquanto isso os pesquisadores procuram medir a força da mordida de jacarés para poder então a partir disto, calcular a dentada do rex.
Os pesquisadores usam o aço para fazer o crânio dizendo que o osso do dino seria tão forte quanto o metal, mas eu particularmente tenho minhas dúvidas e acho que deveriam ter tentado com algum outro material, semelhante ao osso.
Depois de ter o crânio feito, cada habilidade do predador é posta à prova, incluindo velocidade e capacidade de manobras bruscas durante uma corrida, campo de visão, inteligência e tudo mais. Para provar que o combate pode realmente ter ocorrido, durante o episódio os paleontólogos convidados mostram ossos fósseis de Triceratops com marcas de dentes de T.rex que cicatrizaram com o tempo, provando que o herbívoro foi mordido e sobreviveu tempo suficiente para que o osso se regenerasse.
Em relação ao comedor de plantas, foram feitas análises de seu campo de visão e descobriram que era bem desvantajoso, pois enquanto o carnívoro possuía visão binocular boa, ele tinha uma visão limitada pelos chifres e pela gola óssea, o que obrigaria o animal a ficar dando voltas o tempo todo para vigiar as redondezas e prevenir ataques. Seu corpo em compensação era melhor equilibrado, pois grande peso disposto em 4 pernas fica mais firme do que sobre apenas 2 pernas, que é o caso do T.rex. Isso fazia com que o Triceratops pudesse correr, vagarosamente, mas dando guinadas e fazendo curvas bruscas que o dentuço não conseguiria igualar para segui-lo, pois o seu centro de gravidade repousado sobre duas pernas com um longo corpo era difícil de controlar.
Uma réplica do crânio do ceratopsiano é feita em resina com densidade igual à do osso (injusto não é? A do T.rex é de aço!) para testar se ele conseguiria correr em espetar o inimigo com os chifres.
No final das contas, os pesquisadores testam o T.rex mecânico e conseguem quebrar ossos da perna de uma vaca como se fosse um palito de picolé e fazer mais que isso ainda, porque em uma brincadeira para testar o crânio, fazem-no mastigar um carro pequeno, destroçando o mesmo, o que achei exagerado e impossível para um T. rex de verdade fazer.
O teste do crânio de Triceratops foi feito colocando-o sobre uma espécie de suporte de teste de carros e impulsionado a 25 quilômetros por hora, velocidade estimada para o animal. O alvo era uma parece de papel alumínio recoberta com couro para simular uma barriga de Tiranossauro. Ao chocar-se contra ela, o crânio de resina furou a barreira com os chifres, mas o focinho ao bater no alvo quebrou-se, o que levou os cientistas a pensar que ele não poderia correr e chifrar um inimigo, mas suspeito que isso não seja tão relevante porque o alvo era em forma de uma parede e ao espetá-lo com o chifre o crânio continuou sendo empurrado, o que não deve ter ocorrido, pois um animal saberia como deve usar suas armas.
No final, a decisão da luta depende de qual dinossauro vê o outro primeiro. Se é o carnívoro, o elemento surpresa ficará a favor do T.rex, se for o herbívoro, ele estraga o elemento surpresa do caçador e tem tempo de fugir ou contra atacar.
Episódio 2: Velociraptor versus Anquilossauro
No segundo episódio da série o foco é uma luta entre o Velociraptor contra o Anquilossauro, que na verdade é um Saichania no meu ponto de vista. Gostaria de esclarecer isto, pois o Ankylosaurus viveu na América do Norte durante o Cretáceo, enquanto que o episódio mostra animais alguns milhões de anos mais antigos, ainda que do mesmo período, porém na Mongólia -Ásia. Nota-se a forma do crânio característico do Saichania e a armadura corporal, incluindo espinhos e clava, diferentes do animal norte americano.
O termo usado originalmente no documentário deve ser "Ankylosaur" que é um nome genérico, válido para qualquer animal do grupo, como "Raptor" que usamos para os maniraptores em geral. A espécie correta deve mesmo ser Saichania, e por falar em espécies, neste episódio aparecem também o Protoceratops e Tarbosaurus.
No filme surgem comparações do pequeno predador asiático com outros dinossauros de seu grupo, como o Deinonychus para tentar comparar possíveis hábitos, como a caça em grupos. O paleontólogo participante nos explica a grande semelhança anatômica entre o dino e as aves e ainda vemos a cena dos raptores na cozinha, do filme Jurassic Park (1993), para mostrar que os animais retratados no cinema estavam incorretos.
O primeiro teste é em um pedaço de camurça. A perna é colocada em posição, o mecanismo é acionado e a camurça é retalhada. Mas como não havia nada atrás dela, o teste não foi preciso, por isso é trazida uma barriga de porco, que tem pele, gordura e carne, como seria em um ser vivo atacado pelo Velociraptor. Desta vez a garra só conseguiu um pequeno furo e ficou meio presa ao couro, ou seja, o pequeno predador não era capaz de retalhar a carne de uma vítima como se pensava.
Menu principal do DVD© BBC/Editora Abril
O documentário em DVD tem outro título, Dinos Assassinos e originalmente custava R$29,90, mas hoje, fora de produção é difícil encontrá-lo à venda, a não ser em sites de leilão virtual, que foi onde comprei meu exemplar pela metade do preço original, o que foi um golpe de sorte.
O documentário é na realidade uma co-produção entre BBC, Discovery Channel e ZDF e contou com a participação de diversos paleontólogos como consultores e especialistas em efeitos especiais que fariam réplicas das armas dos dinos para testes. Então vamos aos resumos de cada um dos episódios, com um pouco de minha opinião sobre determinado aspecto imbutido no meio do texto.
Episódio 1: T.rex versus Triceratops
Menu deste episódio no DVD
© BBC/Editora Abril
© BBC/Editora Abril
Neste episódio acompanhamos os cientistas a uma busca pela verdade sobre o que ocorria em uma luta entre T. rex e Triceratops. A luta poderia ocorrer, ambos viveram no mesmo tempo e local e um era presa, outro o predador e o tamanho deles era titânico.
Esta luta realmente pode ter ocorrido: o resultado é incerto!© BBC
Para testar se um T.rex teria força na mordida os especialistas em efeitos especiais fabricam uma réplica do crânio do Tiranossauro em aço maciço que servirá para morder determinados itens e mostrar os resultados na prática. Enquanto isso os pesquisadores procuram medir a força da mordida de jacarés para poder então a partir disto, calcular a dentada do rex.
Os pesquisadores usam o aço para fazer o crânio dizendo que o osso do dino seria tão forte quanto o metal, mas eu particularmente tenho minhas dúvidas e acho que deveriam ter tentado com algum outro material, semelhante ao osso.
Será que um crânio destes era forte igual ao aço?
© BBC
© BBC
Depois de ter o crânio feito, cada habilidade do predador é posta à prova, incluindo velocidade e capacidade de manobras bruscas durante uma corrida, campo de visão, inteligência e tudo mais. Para provar que o combate pode realmente ter ocorrido, durante o episódio os paleontólogos convidados mostram ossos fósseis de Triceratops com marcas de dentes de T.rex que cicatrizaram com o tempo, provando que o herbívoro foi mordido e sobreviveu tempo suficiente para que o osso se regenerasse.
Modelo digital: o osso mais escuro na gola é onde há marcas de dentes
© BBC
© BBC
As marcas de dentes nesse osso não cicatrizaram: pobre Triceratops!
© BBCModelo digital: o osso mais escuro na pélvis tem marcas de dentes
© BBC
© BBCModelo digital: o osso mais escuro na pélvis tem marcas de dentes
© BBC
Em relação ao comedor de plantas, foram feitas análises de seu campo de visão e descobriram que era bem desvantajoso, pois enquanto o carnívoro possuía visão binocular boa, ele tinha uma visão limitada pelos chifres e pela gola óssea, o que obrigaria o animal a ficar dando voltas o tempo todo para vigiar as redondezas e prevenir ataques. Seu corpo em compensação era melhor equilibrado, pois grande peso disposto em 4 pernas fica mais firme do que sobre apenas 2 pernas, que é o caso do T.rex. Isso fazia com que o Triceratops pudesse correr, vagarosamente, mas dando guinadas e fazendo curvas bruscas que o dentuço não conseguiria igualar para segui-lo, pois o seu centro de gravidade repousado sobre duas pernas com um longo corpo era difícil de controlar.
Uma réplica do crânio do ceratopsiano é feita em resina com densidade igual à do osso (injusto não é? A do T.rex é de aço!) para testar se ele conseguiria correr em espetar o inimigo com os chifres.
No final das contas, os pesquisadores testam o T.rex mecânico e conseguem quebrar ossos da perna de uma vaca como se fosse um palito de picolé e fazer mais que isso ainda, porque em uma brincadeira para testar o crânio, fazem-no mastigar um carro pequeno, destroçando o mesmo, o que achei exagerado e impossível para um T. rex de verdade fazer.
O teste do crânio de Triceratops foi feito colocando-o sobre uma espécie de suporte de teste de carros e impulsionado a 25 quilômetros por hora, velocidade estimada para o animal. O alvo era uma parece de papel alumínio recoberta com couro para simular uma barriga de Tiranossauro. Ao chocar-se contra ela, o crânio de resina furou a barreira com os chifres, mas o focinho ao bater no alvo quebrou-se, o que levou os cientistas a pensar que ele não poderia correr e chifrar um inimigo, mas suspeito que isso não seja tão relevante porque o alvo era em forma de uma parede e ao espetá-lo com o chifre o crânio continuou sendo empurrado, o que não deve ter ocorrido, pois um animal saberia como deve usar suas armas.
O momento exato em que o crânio se quebra
© BBC
© BBC
No final, a decisão da luta depende de qual dinossauro vê o outro primeiro. Se é o carnívoro, o elemento surpresa ficará a favor do T.rex, se for o herbívoro, ele estraga o elemento surpresa do caçador e tem tempo de fugir ou contra atacar.
Na cena reproduzida em computação gráfica o T.rex vê o ceratopsídeo primeiro e consegue atacá-lo, quebra a ponta de seu chifre e morde sua gola óssea, mas acaba dando mole e aí o pacato, porém imponente herbívoro revida furando a barriga do predador com seu chifre, o que o leva à morte.
Episódio 2: Velociraptor versus Anquilossauro
Menu deste episódio no DVD
© BBC/Editora Abril
© BBC/Editora Abril
No segundo episódio da série o foco é uma luta entre o Velociraptor contra o Anquilossauro, que na verdade é um Saichania no meu ponto de vista. Gostaria de esclarecer isto, pois o Ankylosaurus viveu na América do Norte durante o Cretáceo, enquanto que o episódio mostra animais alguns milhões de anos mais antigos, ainda que do mesmo período, porém na Mongólia -Ásia. Nota-se a forma do crânio característico do Saichania e a armadura corporal, incluindo espinhos e clava, diferentes do animal norte americano.
O termo usado originalmente no documentário deve ser "Ankylosaur" que é um nome genérico, válido para qualquer animal do grupo, como "Raptor" que usamos para os maniraptores em geral. A espécie correta deve mesmo ser Saichania, e por falar em espécies, neste episódio aparecem também o Protoceratops e Tarbosaurus.
Protoceratops: o "almoço" mais comum do Velociraptor© BBCProtoceratops: o "almoço" mais comum do Velociraptor© BBCProtoceratops aproveitam a pouca água disponível
© BBC
Começamos aprendendo sobre o Velociraptor, quais suas principais armas e características, como o tamanho pequeno, a presença de plumas no corpo, a garra curvada e a velocidade. Tudo sobre o mais famoso dos raptores é abordado com ênfase no parentesco entre aves e dinossauros.© BBC
A musculatura do animal é importante para compreender os seus hábitos
© BBCA estrutura da perna foi cuidadosamente estudada
© BBC
© BBCA estrutura da perna foi cuidadosamente estudada
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No filme surgem comparações do pequeno predador asiático com outros dinossauros de seu grupo, como o Deinonychus para tentar comparar possíveis hábitos, como a caça em grupos. O paleontólogo participante nos explica a grande semelhança anatômica entre o dino e as aves e ainda vemos a cena dos raptores na cozinha, do filme Jurassic Park (1993), para mostrar que os animais retratados no cinema estavam incorretos.
Ele era pequeno e emplumado: nada parecido com os lagartões de JP
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Em computação gráfica da melhor qualidade uma dupla de Velociraptores aparece caçando um Protoceratops no deserto, com sucesso. Coordenando seu ataque e usando a velocidade eles capturam o seu "almoço".
O Velociraptor abusava da velocidade
© BBC
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Mas além disto, neste episódio os pesquisadores querem saber se a "garra terrível", retratada nos filmes como uma arma potente, praticamente uma foice, era realmente são poderosa e cortante. Usando como base uma réplica em tamanho natural da perna do "Ladrão Veloz" os técnicos de efeitos criam uma perna hidráulica com uma garra, tudo reproduzido para ter o mesmo tamanho, funcionamento e força que tinha o animal em vida de acordo com os cálculos.
A perna hidráulica já montada
© BBC
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O primeiro teste é em um pedaço de camurça. A perna é colocada em posição, o mecanismo é acionado e a camurça é retalhada. Mas como não havia nada atrás dela, o teste não foi preciso, por isso é trazida uma barriga de porco, que tem pele, gordura e carne, como seria em um ser vivo atacado pelo Velociraptor. Desta vez a garra só conseguiu um pequeno furo e ficou meio presa ao couro, ou seja, o pequeno predador não era capaz de retalhar a carne de uma vítima como se pensava.
A garra só perfurou a barriga de porco
© BBC
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Ele é baixo, atarracado e pesado, provavelmente meio lento, porém poderoso e super resistente. Seu couro é revestido com placas osteodérmicas grossas e a cabeça é cheia de calombos e chifres curtos e grossos, a cauda e membros também tem osteodermas e a cauda mantém uma bola de osso em sua ponta, que talvez era usada como arma.O desafio proposto ao maniraptor é de enfrentar um forte dinossauro encouraçado e é aí que vamos conhecer o Saichania.
O Saichania era um tanque de guerra!
© BBC
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Segundo um especialista em anquilossauros convidado para o programa, marcas de fratura na clava óssea provam que esta acertou algo duro, e por isso deve ter sido uma arma. É esta parte do corpo do Saichania que é reproduzida, com vértebras e a clava feitas em alumínio e movidas por um sistema de cordões de aço que puxa a cauda para um lado ou outro de acordo com o peso imposto.
Calculada a possível força da cauda do Saichania, o teste é feito e a cauda funciona muito bem, como previsto. É hora de dar algo como alvo para a cauda, então usam uma costela de porco (ou vaca???) para reproduzir tal ataque, pois o objetivo é ver se o golpe conseguiria quebrar ossos. Desferido o golpe, os ossos das costelas são partidos ao meio, o que mataria um animal selvagem, não instantâneamente, mas em decorrência dos agravamentos do machucado. Mas contra quem era usada essa arma magnífica perguntam os apresentadores? Um pequeno Velociraptor não representaria tanto perigo! A resposta é: um enorme tiranossaurídeo, o Tarbosaurus, com quase o mesmo tamanho e aparência do temível T.rex norte americano. Neste trecho vemos um confronto entre o Saichania e um Tarbossauro, e para testar qual seria o efeito do golpe do dinossauro tanque nas pernas do predador os apresentadores colocam como alvo da cauda mecânica um pedaço de madeira da grossura e tamanho da perna do carnívoro.
Este objetivo é simplesmente partido ao meio ao receber o golpe da cauda e na animação feita em computação gráfica da luta, o Saichania acerta o membro do Tarbossauro, fazendo o animal sair mancando com sua perna partida.
Os apresentadores relembram de um importante achado que ocorreu na Mongólia há algumas décadas, um fóssil tão interessante quanto raro, apelidado de "Dinossauros Lutadores. Neste fóssil observa-se um esqueleto de Velociraptor praticamente completo agarrado ao de um Protoceratops. O herbívoro morde o braço do atacante com seu bico enquanto este revida cravando a garra em forma de foice no pescoço do vegetariano. Neste documentário acompanhamos uma reconstrução da cena!
Mas se o enorme terópode não teve chances com o Saichania, qual seria a chance de um pequeno e frágil Velociraptor conseguir matar um destes herbívoros corpulentos? Para testar o efeito da garra em um couro duro é trazida a pele de um crocodilo e a garra, ao acertá-la mal arranha a superfície, mas acaba com a ponta quebrada. Sendo assim, era impossível que o Saichania fosse perfurado pela garra, pelo menos nos trechos do corpo com proteção, mas ainda há uma chance para o Velociraptor, pois filhotes de crocodilo tem a pele mais fina e mole, o que deve ter ocorrido com os anquilossauros também, portanto, seria viável realizar um ataque a um animal ainda jovem.
O último teste é com a cauda mecânica e um peru representando o corpo do "V-raptor" que teria um tamanho mais ou menos igual, se tirássemos a cauda longa. O resultado foi devastador, lançou o peru longe e o deixou partido com o golpe, que com certeza teria matado o raptor na hora.É hora do show, então vemos a luta entre um Saichania juvenil, ainda com a armadura mal formada e dois raptores, que chegam lentamente analisando a presa, tomando cuidado para evitar a cauda poderosa. O ataque é direto no pescoço, a garra não rasga a carne, mas faz um furo na traquéia e corta artérias, matando o herbívoro de hemorragia e por asfixia.
No geral, o documentário é bom, embora um pouco exagerado em alguns pontos, como no uso de aço para fazer o crânio do T.rex, tudo para fazer o programa mais atraente ao público em geral. Eu recomendo a todo mundo que gosta de dinossauros este documentário, que embora um pouco sensacionalista é bem interessante e tem bons efeitos especiais.
Segundo o site Wikipedia, o programa apresenta as seguintes falhas científicas:
- Quando é mostrado o esqueleto do Tyrannosaurus rex, seu olho é colocado na fenestra anterorbital, aquele "buraco" que os dinossauros tem no crânio na frente dos olhos. O olho deveria estar na cavidade orbital, que situa-se logo atrás da fenestra anterorbital.
- O narrador fala sobre os ossos ocos do Velociraptor e afirma que estes "só são encontrados em dinossauros e aves". Na verdade Pterossauros também tinham ossos ocos.
- Os predadores T.rex, Tarbossauro e Velociraptor são retratados com mãos que têm a palma virada para baixo, em direção ao solo, o que seria impossível para os terópodes, que na realidade tinham mãos com palma virada em direção ao seu próprio corpo, ou seja, uma palma estava de frente para a outra.
- O Triceratops foi reconstruído com 5 dedos nos pés traseiros, só que na realidade possuia apenas 4 (apesar de este animal ter possuído um metatarso reduzido, vestigial). Os Triceratops também foram mostrados com 5 garras nos pés dianteiros, porém nenhum arcossauro teve garras em mais do que os 3 primeiros dedos.
- No documentário o T.rex é retratado como capaz de correr a uma velocidade de aproximadamente 40 km/h, mas ele na realidade corria de 19 km/h até 32 km/h.
- Além disto foi afirmado que a armadura do Saichania era parecida com a do crocodilo, mas vale notar que existem diferenças significantes entre estas duas espécies de placas osteodérmicas
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